O rapper norte-americano Snoop Dogg tem uma carreira envolta em controvérsia. Ele já foi preso por posse de drogas e armas no passado, além de ser suspeito de assassinatos. Agora, ele anunciou que “nasceu de novo” durante uma viagem à Jamaica.
Aos 40 anos de idade, o cantor, cujo verdadeiro nome é Calvin Broadus, afirmou que recebeu um novo nome de um sacerdote após se converter à religião Rastafari. Ele passará usar o nome artístico de Snoop Lion e compor músicas que “filhos e avós possam ouvir”. O “Leão” de seu novo nome vem da bandeira imperial da Etiópia, símbolo de extrema importância no movimento do reggae.
Ele afirma que não cantará mais sobre violência, mortes, trafico de drogas ou coisas destrutivas.
“Eu não tinha intenção de fazer um álbum de reggae, mas o espírito me chamou. Sempre que o espírito te chama, você tem que saber que é sério e real. Eu não queria ser Snoop Dogg cantando reggae. Eu queria enterrar Snoop Dogg e me tornar Snoop Lion, mas eu não sabia disso até ir ao templo e receber esse nome do sacerdote Nyabingi. A partir daquele momento, eu comecei a entender porque estava ali e fui capaz de criar algo mágico neste projeto… Algo que eu nunca havia feito na minha carreira”, explicou.
Durante uma coletiva de imprensa realizada em Nova York, anunciou que vai lançar um álbum que marcará o início da fase reggae de sua carreira, intitulado “Reincarnated”. O título refere-se a sua nova convicção religiosa, de que ele é a reencarnação do conhecido cantor de reggae Bob Marley, falecido na década de 1980.
O lançamento do álbum será acompanhado de um livro e um documentário com o mesmo nome. O filme vai mostrar alguns aspetos da vida pessoal do rapper, indicou um dos produtores do documentário. Com imagens inéditas da cultura jamaicana, o filme terá sua estreia no Festival Internacional de Cinema de Toronto, no dia 7 de setembro.
No início do ano ele já havia lançado o livro “Rolling Words – A Smokable Songbook” [Palavras Enroladas - Um livro de músicas fumáveis], uma coletânea com as letras de suas músicas. O curioso título refere-se ao fato de que, de fato, as páginas possuem furos para facilitar que sejam arrancadas e a impressão foi feita com tinta não tóxica. As folhas do livro são feitas de cânhamo, fibra da planta Cannabis, ou maconha.
Leo Noel Erskine, professor de teologia e ética da Universidade de Emory, em Atlanta, diz que é o rastafarianismo não é uma religião, mas sim uma filosofia religiosa. Ele acredita que há cerca de 1 milhão de “rastas” no mundo. Entre seus aspectos curiosos estão os cabelos dreadlocks, o uso da maconha e as dietas vegetarianas.
Os Rastas leem a Bíblia, mas aceitam vários outros textos religiosos. Eles acreditam que a maconha cresceu pela primeira vez no túmulo do Rei Salomão, que a Bíblia chama de um dos homens mais sábios da história. Para os seguidores do movimento, fumar um cigarro de maconha “não é diversão, mas um alimento para o espírito” e que assim o ser humano pode ser “despertado espiritualmente”.